O nosso MINI VINTAGE WEDDING foi LINDO!
Aqui você vai encontrar as fotos e o video deste nosso "SONHO NA VIDA REAL"!
Mas apesar de já ter acontecido, o blog continua!
A paixão pelos "VINTAGE WEDDINGS" me fez continuar a postar referências para as pessoas que passam por aqui!
E se você está aqui, deve ter se interessado pelo assunto, né?
Tomara que o blog te ajude e inspire!
Seja bem-vinda (o)!


sábado, 1 de dezembro de 2012

"OFF POST": O RELATO DO MEU PARTO NA ÁGUA! (PARTO HUMANIZADO)

Queridas leitoras,

Faz muito tempo que eu não posto...mil desculpas por isso! Estou com POSTS praticamente prontos na minha cabeça, com fotos salvas, mas NUNCA consigo sentar para escrever!rs...logo, logo, acredito que consiga atualizar com mais frequência, mas por enquanto, o filhote ainda requer muito do meu tempo e disponibilizo para ele com TODO O PRAZER DO MUNDO!
:)
Depois de muito tempo sem postar, resolvi fazer um post "diferente"...um ano se passou desde o nascimento do meu "bebezuco" e durante este tempo, percebi algo "curioso"...
Eu sei que para muitas pessoas este post pode parecer totalmente desvinculado ao tema do blog...mas, eu decidi postar porque percebi que as pessoas que realmente são apaixonadas pelos casamentos e "estilo de vida" VINTAGE" (não apenas por modismos), costumam se interessar pelos PARTOS NATURAIS HUMANIZADOS...mais ou menos da mesma forma que preferimos as luzinhas brancas, ao invés dos evoluídos efeitos pirotécnicos em LED...rs...temos uma inclinação para gostar das coisas "à moda antiga"...comecei a notar que muitas das pessoas que amam o "vintage lifestyle" se interessam pelos partos naturais humanizados, realizados sem os mil e um "recursos mega evoluídos" prometidos pela medicina atual, mas com muito mais respeito do que os partos tradicionais realizados hj em dia (como os partos ditos "normais" e as cesáreas)...
Embora o meu relato de parto tenha sido publicado no blog "VESTIDA DE MÃE" (da Fernanda Floret), decidi, portanto, escrever sobre ele aqui também, para que vocês saibam como tudo aconteceu e como é possível vivenciar um parto incrível, um "VINTAGE PARTO", realizado à moda antiga, mas com recursos disponíveis em casos de necessidade...um parto bem diferente daqueles partos temidos que costumamos ver nos livros e novelas...assim, se alguma de vocês se interessar, saberá que pode contar comigo!
:)
O meu parto foi NATURAL, HUMANIZADO e na ÁGUA (na banheira do hospital)!
Atualmente é comum ouvirmos as mulheres relatarem muito medo da dor quando se menciona a idéia do "parto normal".
Quando a gente menciona que quer o PARTO NATURAL (natural: sem anestesia), as pessoas costumam achar que é caso de loucura! Rs...
Parece preciso muuuuuita coragem, né?! Mas isso é porque com o tempo, fomos levadas a NÃO acreditar em nós mesmas!
Não acreditamos que somos capazes de ter os nossos filhos porque, segundo a opinião da maior parte das pessoas, "dói muito e a medicina evoluiu para ajudar neste processo e eliminar esta dor horrorosa!"...mas infelizmente não se falam sobre as consequências desta suposta "evolução", não se fala sobre as intervenções que a medicina realiza durante o parto e o que podem causar...não se fala sobre os riscos...
Atualmente, a gravidez costuma ser TRATADA como uma "doença", como algo potencialmente perigoso...e não é assim! Pelo menos na GRANDE MAIORIA DOS CASOS (as exceções são bem mais raras do que nos dizem...)!
Sem contar que esta dor do parto é uma dor diferente das outras...é quase uma dor "gostosa" de sentir, pq no final, vem o troféu, que é o nascimento do bebê que habitava o nosso ventre até então!Por isso é uma dor especial...

Tem gente que acha que parir naturalmente é um "retrocesso"...costumam dizer que muita gente morria antigamente...mas se esquecem de que naquela época não haviam recursos para ajudar a diagnosticar anomalias e problemas previamente...ou seja, para quem está passando por uma gestação de risco, serão utilizadas as medidas necessárias para o bem da gestante e do bebê...mas são muito raros os casos em que o parto normal ou natural são desaconselhados...raros mesmo! Bem mais raros do que os médicos nos dizem em seus consultórios...

Bom, na verdade, eu nunca me imaginei tendo um filho através de uma cirurgia...nunca gostei daquela imagem da mulher atrás dos panos, com os médicos fazendo uma cirurgia de extração do bebê...sempre me pareceu algo "frio" e mecânico, uma forma de nascer que a gente nem pode ver...e foi por isso que escolhi o parto natural, porque eu queria participar de tudo...queria FAZER o meu filho nascer, como antigamente!

Antes de ofender alguém, quero dizer que acho ótimo os avanços da medicina que permitem que casos complicados sejam resolvidos por uma cesárea!
Existem casos onde apenas a cesárea pode fazer o bebê nascer em segurança!
Elas, de fato, salvam vidas!
E para isso foram criadas, para salvar vidas...mas infelizmente, hoje em dia, somos reféns de um sistema obstétrico que "empurra" as cesáreas para praticamente todas as gestantes, principalmente as que utilizam convênios ou pagam médicos particulares...

O Brasil é o campeão MUNDIAL de cesáreas...
As taxas brasileiras de cesáreas beiram os 90% na rede privada, considerando os médicos de convênio e os particulares...
A Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda que as taxas sejam de 15% e que as cesáreas só sejam feitas em casos de necessidade…mas aqui no Brasil somos “reféns” de um sistema do qual é muito difícil escapar…todos os dias milhares de mulheres que gostariam de ter um parto normal ou são convencidas a fazer cesáreas, por discursos que ressaltam a eliminação da dor e possibilidade de "se programar" para a cesárea, saber o dia do nascimento e avisar a todos (mas os médicos nunca falam sobre os riscos deste procedimento...os riscos de se realizar uma cesárea agendada sem entrar em trabalho de parto, as possíveis consequências para os bebês e para as mães, tanto físicas, quanto psicológicas), ou são levadas a acreditar que precisam de uma cesárea por motivos irreais de encaminhamento para a cirurgia, como o mito do "cordão enrolado no pescoço", falta ou ausência de dilatação, bacia estreita, bebê grande demais, etc...
Enfim, os argumentos que muitos médicos usam para convencer gestantes sobre a impossibilidade de um parto normal, muitas vezes não procedem (CLIQUE AQUI para ver uma lista de falsas e reais indicações de cesáreas) e por falta de informação, estas mães acabam tendo que fazer uma "DESNEcesárea"..., pois ficam com medo de contestar os médicos e supostamente colocar em risco as suas vidas e a vida de seus bebês...sendo assim, estas mães acham que estão fazendo uma cesárea por real necessidade, mas na verdade, são apenas novas vítimas do sistema...
Como eu já disse, algumas vezes a cesárea é necessária SIM! Mas o número de reais casos de encaminhamento para cesáreas é muito, muito menor do que a quantidade de vezes que este procedimento é realizado no Brasil...basta a gente parar para pensar nas amigas e parentes que já tem filhos e contabilizar: quantas fizeram cesárea? Quase todas, né? Quantas queriam "parto normal" e não conseguiram?
Isso tudo porque, infelizmente, o dinheiro interfere em tudo no nosso país e os médicos
ganham muito mais dinheiro realizando três ou quatro cesáreas por dia ou atendendo várias pacientes em seus consultórios, do que acompanhando um parto, que pode durar muitas e muitas horas...
Atualmente, estamos vivendo a "inversão total" dos conceitos...as pessoas morrem de medo dos partos naturais e acham que as cesáreas é que são "seguras", porque são mais comuns, "todo mundo faz"...infelizmente não se divulgam os casos de complicações desenvolvidas em decorrência de tal procedimento quando realizado sem real necessidade (possíveis complicações para os bebês e para a mãe)...

E aí, alguém pode dizer: "mas eu MORRO DE MEDO DO PARTO NORMAL!!! Morro de medo da dor e por isso prefiro a cesárea...uma amiga teve parto normal e disse que foi a pior dor que ela já sentiu..."...sempre tem uma amiga para aterrorizar, né???
Mas o fato é que os "partos normais" que vem sendo praticados atualmente nos hospitais, realmente "dão medo", pois são cheios de intervenções que visam acelerar o seu andamento, para novamente poupar o tempo dos médicos e do uso das salas de parto dos hospitais...intervenções que na maioria das vezes são desnecessárias e acabam triplicando as dores do processo, quando não geram um "efeito cascata" de reações que acabam culminando na necessidade de uma cesárea por "sofrimento fetal"...
A constante violência obstétrica (desrespeito com a parturiente, xingamentos, piadinhas irônicas por parte da equipe na hora do parto, realização de procedimentos desnecessários, etc...), o uso padrão do "Sorinho de rotina" (que na verdade contem ocitocina sintética para acelerar o parto e triplica a dor das contrações), a episiotomia (o famoso "pique"), ter que parir deitada, não poder comer, nem beber durante o trabalho de parto, entre outras coisas, tornam o "parto normal", NADA NORMAL!

Depois de me informar sobre todas estas questões sobre a realidade do sistema obstétrico brasileiro e de perceber todas as diferenças entre o "suposto parto normal" (que não tem nada de normal!) e o "parto natural" (CLIQUE AQUI e veja uma tabela com algumas das diferenças principais entre os dois tipos de parto) tive ainda mais certeza de que eu queria um PARTO NATURAL HUMANIZADO!
Mas optei pelo "PARTO NA ÁGUA", visto que a água possui propriedades terapêuticas, o que ajuda a aliviar as dores.
Aqui no Brasil é muito raro conseguir um parto na água sem que o mesmo seja domiciliar. Muitos hospitais que se auto intitulam "humanizados" até possuem as salas de parto natural com banheira, mas não permitem que o bebê nasça de fato dentro dela! Deixam a parturiente ficar dentro dela até a hora do bebê nascer, mas na "HORA P" (hora do PARTO) tiram a gestante de lá. Neste caso, a gente fica dependendo da equipe que está nos acompanhando e de um pouco de sorte. E eu realmente tive muita sorte!

Eu tive que pesquisar muuuuito para encontrar um médico VERDADEIRAMENTE humanizado (e não que se "auto intitula humanizado" porque é bonito dizer...) e foi complicado porque achar um médico que fizesse o parto natural pelo convênio foi um martírio!
Muitos se dizem "a favor do parto normal",mas na hora H inventam alguma "causa de emergência" para fazer a cesárea, outros já na primeira consulta começam a falar sobre os "benefícios" das cesáreas (e sobre os riscos ninguém fala...impressionante...)...mas para achar um médico verdadeiramente humanizado eu tive que pesquisar muito, em fontes seguras, como blogs e sites relativos à HUMANIZAÇÃO DO PARTO (se vc tb se interessa, CLIQUE AQUI e encontre muitas dicas sobre onde começar a se informar sobre o parto humanizado)...
Mas depois de muita pesquisa, consegui encontrar o meu obstetra.
Vale ressaltar que desde o começo da gravidez, eu estava sendo acompanhada pelo meu ginecologista de anos e anos (que inclusive fez o "meu parto" quando eu nasci!)...mas através das conversas que eu tinha com ele nas consultas pré-natais, fui percebendo que ele eram mais um dos que "se dizia "favorável ao PARTO NORMAL, mas era tudo "da boca prá fora" (e olha que ele é um médico renomadíssimo aqui em SP...professor e coordenador de uma importante faculdade de medicina...)...e então, acabei mudando de médico no final da gestação! Seguindo orientações do pessoal do "movimento pela humanização do parto", fui atrás da maior probabilidade de conseguir um parto natural, que era o tipo de parto que eu gostaria de vivenciar, a menos que eu fosse um dos casos de real necessidade de encaminhamento para cesárea (que são bem mais raros do que nos dizem...)...

Depois foi a hora de procurar uma DOULA.
Para quem não sabe, as doulas são pessoas treinadas para fornecer apoio físico e emocional durante o trabalho de parto, e no caso de um parto natural, elas fazem toda a diferença!
Quando estamos parindo através do convênio, elas são ainda mais indispensáveis, porque elas nos ajudam a passar a primeira fase do trabalho de parto em casa, indo para o hospital mais perto da hora do bebê nascer, o que aumenta bastante as chances de conseguir um parto normal ou natural (fica a dica! )...
Por uma "conincidência do destino", eu fui conhecer pessoalmente a minha doula algumas horas antes de entrar em trabalho de parto! Tive uma reunião com ela na quinta à noite e algumas horinhas depois, durante a madrugada da sexta-feira, tive a primeira contração! Acho que depois de conhecê-la, fiquei me sentido protegida e preparada para vivenciar o parto e ele logo começou!
;)

Eram cinco e meia da manhã quando tive a primeira contração (parecia uma cólica forte)! Era uma contração bem diferente das que costumamos sentir diariamente no final da gestação...mas mesmo assim, não acreditei que já pudesse ser o trabalho de parto de fato...fiquei meio confusa e esperei. Dez minutos depois aconteceu de novo...e mais dez minutos, outra! Aí acreditei que realmente pudesse ser o trabalho de parto e acordei o Paulinho, que deu um salto de dez metros de altura! rs...
Expliquei pra ele que tínhamos que cronometrar os intervalos das contrações e neste momento elas já aconteciam de cinco em cinco minutos! O Bento estava chegando!!!

O Paulinho ligou pra Natália (Natalia Rea Monteiro - a minha doula - clique sobre o nome e leia sobre ela no final da lista do link que vai abrir), que o orientou a me colocar no chuveiro...santo remédio! A água realmente faz milagres! Dentro do chuveiro as contrações doíam bem menos (quando eu estava fora dele, apertava tanto os braços do Paulinho que até deixei marcas das minhas unhas nele!). Enquanto eu comia umas frutinhas (no parto natural podemos comer e beber normalmente), e entrava e saía do chuveiro, o tempo foi passando e lá pelas nove da manhã a Natália chegou em casa. Eu estava sentada num banquinho, novamente dentro do chuveiro. As contrações vinham de três em três minutos! Como a Natália também é enfermeira obstetriz, ela fez um exame de toque e viu que eu já tinha 5 cm de dilatação. Decidimos então ir para o hospital, pois o meu trabalho de parto estava sendo rápido, considerando que era tudo natural, sem nenhuma droga para acelerar seu acontecimento.
Era sexta-feira, horário de pico...pegamos um trânsito básico no caminho...pena que eu não podia levar o chuveiro no carro...rs...

Quando chegamos ao hospital, eu já estava perto da dilatação total e quase o meu filhote nasce antes do obstetra chegar! A sorte foi que eu já cheguei falando para o plantonista que queria tudo natural e eu estava tão determinada e EMPODERADA que acho que ele percebeu que não ia "conseguir me dobrar e empurrar intervenções desnecessárias" (como costumam fazer usualmente nos hospitais, para acelerar os partos)...e como ele nunca havia feito um parto na água e eu queria que o meu filho nascesse dentro da banheira, ele acatou a minha decisão e me encaminhou para a banheira (Aqui eu tive SORTE!!! Normalmente isso não acontece e mesmo que a gestante queira o parto na água, os médicos não autorizam...a menos que a equipe que esteja acompanhando a gestante seja realmente HUMANIZADA e consiga esta autorização dentro do hospital). Foi até engraçado porque todos ficaram sabendo do "parto na água" e meu parto foi assistido por um monte de enfermeiras que queriam ver como era! Eu nem vi nada disso, porque estava em plena "PARTOLÂNDIA", em transe com os hormônios do parto...

Dentro da banheira da sala de parto natural do hospital, as contrações deram uma espaçada, porque eu relaxei bastante e então, deu tempo do meu médico obstetra chegar... ele me orientou a ficar em pé só por duas contrações para o bebê "descer" e coroar (a gravidade ajuda nesta hora...por isso parir deitada, como costumam fazer nos hospitais, é tão doloroso...a gravidade não ajuda quando estamos deitadas!), porque eu estava tão relaxada que não conseguia fazer a força suficiente… Fiquei em pé e aí ele realmente desceu (mas a dor aumentou)! É incrível porque o corpo faz todo o trabalho sozinho!
Sentei novamente na banheira (Ufa! A água ajuda demais na administração da dor…) e fiz mais uma pouquinho de força… neste momento o corpo automaticamente deixa as contrações praticamente juntas e a gente sente que tem que empurrar.

E então veio o momento do “círculo de fogo”, que é quando o bebê coroa e a gente sente uma grande queimação… era a hora dele nascer! E quando eu pensei que não ia aguentar, o Bento nasceu!!! Lindo! Na água! E veio direto para o calor do peito da mamãe! Nós ficamos abraçadinhos por alguns minutos antes do Paulinho cortar o cordão umbilical.

Assim que o Bento nasceu, a dor passou. Também consegui amamentá-lo na primeira hora de vida, o que é extremamente importante para o sucesso do processo de amamentação, mas INFELIZMENTE ainda é bem raro acontecer nos hospitais (normalmente eles levam o bebê pro berçário para "procedimentos padrão" e ele só mama algumas horas depois, o que é um ABSURDO pois pode atrapalhar o início do processo de amamentação!)...

Enfim, não vou mentir dizendo que o parto natural não dói...naturalmente, dói! Mas é uma dor misturada com expectativa, é uma dor diferente, pois cada vez que a sentimos, sabemos que estamos mais perto de receber o nosso bebê...não é uma "dor pela dor", é uma dor que vai nos conduzir ao nosso maior amor no final do processo...uma vez lí uma frase de uma parteira que achei perfeita: "o parto é doloroso, mas o sofrimento está na nossa cabeça..."...

Escolhi este tipo de parto porque queria que o Bento nascesse no tempo dele, sem interferências químicas para acelerar sua chegada ao mundo e foi incrível!
Fazer tudo como antigamente nada mais é do que natural e fica aquela sensação de que realmente é assim que fomos feitas para fazer...superando a dor com o amor!




Espero que este relato ajude a desmistificar alguns medos de vocês relativos ao parto...e quem quiser me escrever para conversar sobre este assunto, fique à vontade!
;)
Quanto mais a gente se informar, mais chances de conseguir driblar este sistema obstétrico tão injusto, que privilegia apenas o lucro dos médicos às custas de procedimentos que visam tornar nossos partos “rápidos e práticos”, para que eles possam poupar seu tempo e lucrar cada vez mais...